O Partido não ajuda candidato nenhum.O fundo partidário mal dá para manter a estrutura partidária.O dinheiro extra do Partido tem a mesma origem suspeita do gasto pelo candidato.Não posso negar que já recebi doações de empresário, mas jamais pedi. Eles me ofereceram, sem compromissos. Cada um deles uma vez só. Não houve contrapartida.Todas as minhas campanhas foram bancadas, na sua maior parte, por mim mesmo,o que me empobreceu muito.Costumo dizer, político que conserva o patrimônio é um abençoado.O que aumenta é corrupto. É claro que o político que explora a mais valia do trabalhador seu acumulo é contínuo. Há também homens tão humildes que com o salário de legislador melhora, um pouquinho, sua qualidade de vida.Posso dizer para vocês que um milhão de panfletos custou-me 4mil reais. Além disto, vou gastar mais uns 2 mil reais com correio.Tenho pouca chance de ser eleito, a não ser que o Ministro Lewandowski aceite a minha sugestão.Se não aceitar, eu sei que as possibilidades são mínimas.Com as restrições impostas,como alguém consegue gastar(declarado) 1 a 2 milhões de reais? Sensibilizando o eleitor de modo sutil, é óbvio. Vejam o ofício que mandei ao Presidente do TSE. O duro é saber que, se cada um de nós ganhasse um salário mínimo, venderia o voto, para impedir que a luz da sua casa seja cortada, para não se cortar a água da sua família, para colocar a conta da venda em dia. O homem é ele e suas circunstâncias, já advertira Ortega-Y-Gasset. Vejam a sugestão:
Exmo.sr. Presidente do Tribunal Superior Eleitoral
Exmo.sr. Ministro Ricardo Lewandowski
Pelo presente José Liberato Ferreira Caboclo, brasileiro, médico e professor universitário aposentado, Rg: 10 997 386-0, residente à Avenida Bady Bassit 4270, torre 2, ap, 91.15025-000, São José do Rio Preto, SP, vem à presença de V.Excia. sugerir medida simples, visando minimizar a corrupção eleitoral.Tal medida é facilmente exeqüível,ou seja:
Todos os votos, procedentes das diferentes sessões eleitorais de uma determinada comarca, antes de serem contados e divulgados, serão colocados dentro de um recipiente único (caixa de madeira) e misturados várias vezes, devendo as fitas serem colocadas na caixa aleatoriamente, incluindo todos os municípios da comarca.
Tal medida visa evitar que os candidatos controlem a origem dos seus votos nas diferentes sessões.
Na prática, nenhum candidato compra voto. O que ocorre é muito bem dissimulado. O intermediário chega para um eleitor e lhe pergunta - quantos votos são na sua família? De acordo com o número, o intermediário fixa um valor para o eleitor aliciado. Pede o número da sessão eleitoral de cada membro da família. O intermediário conclui-nós sabemos como é falso o eleitor, assim sendo, se os votos da sua família estiverem lá , nós entregaremos a segunda parte do valor estabelecido.O intermediário e o eleitor aliciado sabem que não se pode trabalhar no dia da eleição, mas, o faz de conta, dá um aspecto de seriedade.Afinal todo trabalho deve ser remunerado.Na zona rural, empregado não trai o patrão.Quem o faz fica mal visto e nunca mais consegue emprego.
Uma campanha massiva do TSE realçando a inviolabilidade do voto, graças à dispersão das fitas com os votos, desestimulará a compra sutil de votos.
Como é feito, atualmente, com a transmissão radiofônica das sessões apuradas, a contabilização facilita os intermediários. O ideal seria que um terço dos votos de uma comarca fossem para duas comarcas adjacentes e vice-versa.
Agradecendo a eventual atenção que possa ser dada à nossa sugestão. Coloco-me à disposição de V.Excia e registro sentimentos de admiração e respeito.
José Liberato Ferreira Caboclo
Um comentário:
É isso aí Dr. Liberato, sempre de encontro do correto, óbvio e transparente, o que vai na contramão da grande maioria de candidatos....
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