A Estadualização da FAMERP
Lamentavelmente a maioria do povo brasileiro, principalmente o seguimento que lê jornal, não tem nenhuma noção do que seja o processo eleitoral. Nas eleições proporcionais predomina a compra de voto. Ora, ninguém é tolo de explicitamente comprar voto. O que se faz é o seguinte - contratam-se muitas pessoas para trabalhar na eleição. Dependendo do número de votos na família, o intermediário paga o pseudo-trabalho. Quem compra sabe que é proibido trabalhar no dia da eleição. Quem é comprado, também. Junta-se o candidato a senador , governador , federal e estadual e aí o voto sai de 30 a 5o reais. O intermediário controla pelo número de votos na sessão eleitoral. A conversa é sempre a mesma .Está aqui o seu dinheiro para trabalhar no dia da eleição. E complementa-a gente sabe como o eleitor é falso, não faz mal. Nós só contamos com os votos da sua família. Ora num país, dito democrático, cuja constituição exclui 70% da população, ou seja a que ganha menos do salário mínimo constitucional (na pior das hipóteses 2mil reais) prevalece a democracia de mercado.Só mesmo o Lula acredita que a favela seja decorrente da falta de casa. A favela é falta de condições para fazer face ao custo cidadania (luz, água,gás, IPTU,sem falar em assistência médica , transporte e educação. Não se esqueça que no Brasil a escola elementar é em tempo parcial, com 3 a 4 meses de férias por ano, sem falar na greve do professorado. Isto posto, qualquer um pode entender como eu entrei “cassifado” para negociar com Fleury e Quércia. Eu tivera quase cinqüenta mil votos de opinião.Todos os políticos sabem quem financia quem. O primeiro turno da eleição para governador em 1990, terminara com uma vantagem de 12 pontos do Maluf sobre o Fleury. O noroeste paulista era uma região muito importante para o Fleury(Quércia).A colonização árabe é muito densa. Era preciso neutralizar Maluf. Daí a estadualização. Daí a importância da minha presença nos comícios. Eu tivera uma votação minha, sem caixa, sem máquina e sem partido. O PDT de Brizola nunca teve qualquer expressão em São Paulo. Por isso Fleury me usou e abusou.O encerramento da campanha, aqui em Rio Preto, na Bady Bassitt foi uma apoteose.Todos os alunos presentes. Eu discursei durante meia hora.Num só dia fiz comício junto com o Fleury em nove cidades(eu,Fleury e Aloísio íamos de helicóptero, o resto ia a pé). Terminada a eleição me jogou fora. Por causa de mim? Não! Quércia ,Covas,Maluf,o PT(não Lula) queriam era acabar comigo. Afinal eu era a única possibilidade de crescimento de Brizola em São Paulo. Fleury tinha,rapidamente, obrigação de tirar o meu mérito na sua eleição.E não faltaram oportunistas para se tornar o pai da criança. Com a assunção dos tucanos, a coisa piorou. Como a faculdade foi estadualizada pelo PMDB, os tucanos nunca se empenharam em regularizar a situação da FAMERP. A FAMERP vive ao arrepio da lei sob o olhar complacente do Ministério Público e do Tribunal de Contas. São 16 anos de não cumprimento dos dispositivos constitucionais. Professor universitário é função própria do Estado. A FUNFARME é uma fundação de fachada. È a fundação Viúva Porcina - a que foi sem nunca ter sido. A Constituição veda às prefeituras financiar o ensino superior.O que é lógico,só faltava o munícipe pagar a formação superior de habitantes de outras cidades.Noventa e cinco por cento dos alunos da FAMERP são de fora.Hoje a indefinição da FAMERP tranformou-se em desalento de professores e funcionários .A instituição tem as feições do clássico EASY RIDER-sem destino. Aprendi com Marx que são as necessidades materiais que plasmam a evolução da sociedade. Sofri um desgaste de toda uma vida para prestigiar o filho dos humildes, sem preterir o filho do médico, competente. Hoje vejo esta triste cena da falta de critérios, doença pertinaz do nosso país. O único consolo - eu fiz a minha parte!
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