sexta-feira, 27 de agosto de 2010

MEU ENCONTRO COM BILL CLINTON

Os marqueteiros nos alertam que se um comentário desairoso é feito a um homem público,perante vinte pessoas,dez passarão o comentário para frente,de forma aumentada e dez ,como a versão original.Se o comentário é favorável,apenas cinco o transmiirão,com a ressalva-eu estou vendendo o peixe com eu comprei.O filósofo francês Baudrillard considera a sedução pelo mal .a característica mais comum de todos os seres humanos.Durante o meu mandato de Deputado Federal,tive a oportunidade de fazer relacionamentos com as esferas mais altas do poder mundial.Como eu era contrário ao patenteamento de seres vivos,usando argumentos muito sólidos,fui convidado por várias empresas e entidades para discutir o problema.No MIT fui tratado com tanto respeito,que ,no final,o professor se desculpou pela minha contundência.O melhor,no entanto,foi com a Sra Clara Hill,secretária de defesa do Governo Clinton.Ante a minha argumentação clara,insofismável e inamovível.a Sra Hill,ponderou-o Sr. faz muito bem em defender o interesse do seu país.Eu faço o mesmo.Tão grande foi o meu desempenho na Comissão da Propriedade Intelectual,que eu,prefeito de Rio Preto fui designado para discutir assuntos de interesse comum dos municípios e o Estado Americano.Realcei com Clinton a necessidade do Governo Americano subsidiar Escolas Bilingues no Interior,pois esta falta é o maior obstáculo para que Multinacionais não se instalem longe dos grandes centros.No meu governo,tentei fazer um intercâmbio com a Guiana envolvendo a população carente.Esbarrei na criminalidade elevada da Guiana.Mas é um projeto que deve ser rediscutido.Clinton é um homem de bem e tive uma ótima impressão no encontro com ele.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

EU, VISTO PELO GLAUCO


Se perguntarem aos meus alunos o que eu faço de melhor, a resposta será uníssona - coordenação de sessão anátomo clínica. Como um bom DDA(deficitário de atenção), pulo de uma idéia a outra, com facilidade e versatilidade. Há histórias famosas na Famerp. De uma feita foi apresentado um caso de uma jovem de 23 anos, que deu entrada na emergência em coma,estado febril, vindo a falecer mal fora admitida, sabendo-se apenas , pela família, que após um mês de febre e anorexia , a moça, que jamais engravidara, passara a ter cefaléia, tendo parado de colher café , tão intensa era a dor. O Gilberto Borges de Brito que apresentara o caso, real ou que o fizera, ante a gama extensa de possibilidades. Pedindo a minha opinião, eu fui incisivo - um caso típico de meningite tuberculosa. Continuei - catadora de café que jamais engravidou é infé rtil, na zona rural, a blenorragia é rara, ora o quadro final é típico de meningite tuberculosa. Na necropsia, não deu outra. Após o término do meu mandato de prefeito, reassumi a condução das anátomo-clínicas com os alunos do quarto ano as quartas-feiras. É um momento de raro prazer. Estímulo os alunos com os desafios mais estranhos. Por exemplo- Fernando,você está assistindo a uma pelada na várzea, aí um barrigudo leva uma bolada no saco e não reclama de dor,diagnóstico? Cirrose hepática, meu caro, veja bem: barriga grande=água na barriga (ascite) +testículos indolores (atrofia testicular) =cirrose. Uma tarde me perdi, pois realçando a necessidade de se evitar síndromes de abstinência alcoólica no paciente cirúrgico, comecei por relembrar as alucinações visuais com imagens de animais(zoopsias). Aí expliquei que o jogo do bicho, criado pelo Barão de Drummond,no Rio tornou-se um sucesso, pois todo bebum sonha com bicho, e, freudianamente conside ra um bom palpite. Então expliquei que sendo o cão ,o animal mais sonhado e o18 , o número mais simpático, quando uma coisa é óbvia, no Rio, costuma-se dizer -cachorro com 18. Originário de família de bicheiros, ensinei os alunos a jogar no bicho, a inverter e cercar pelos sete lados .Em 2002 o grande cartunista Glauco visitava a faculdade e os alunos pediram-lhe para fazer a minha caricatura, descrevendo-lhe algumas características as sessões anátomo clínicas. Acentuaram também a minha paixão pela máxima de Melanie Klein - dinheiro não traz felicidade a ninguém, porque não é um sonho de criança. E sempre acrescento- meu sonho era um dia poder comer todos os pães-doces inacessíveis ao meu poder aquisitivo. Naquela semana eu recordara com os alunos, o histórico da penicilina no carnaval dos anos 40 - penicilina faz nascer defunto/petróleo bruto faz nascer cabelo/mas ainda estar pra nascer um doutor/ que cure a dor de cotovelo. Glauco me colocou um violão, uma barriga avantajada e , o que me deixou encantado, um Pão de açúcar nela projetado , misto da minha origem e do meu sonho de criança e da admiração por Melanie Klein.Tenho grande orgulho de ter sido imortalizado por Glauco e agradeço aos meus queridos alunos. Reproduzo a caricatura, generosa, brilhante de quem não merecia morrer tão prematuramente.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

A FARSA

Goebbels responsável pela propaganda e comunicação do Terceiro Reich, cunhou a famosa máxima-a mentira, repetida várias vezes, acaba soando como verdade. Este aforismo só tem validade com uma mídia complacente (mídia,empresa,nada tem a ver com jornalista). .Na mídia vale o jargão - se a lenda é mais forte que a verdadeira história,imprima-se a lenda. Lamentável é o comprometimento dos candidatos com os embustes e falcatruas. Todo mundo com rabo preso,sem exceção .Basta consultar o ranking do Índice do Desenvolvimento Humano.Caímos da 65a posição para 75a. A criminalidade aumentou a tal ponto, que Vitória tem uma média de homicídios maior que o Iraque. O número de favelados aumentou nos últimos oito anos. O salário aumentou em termos fictícios. O aumento do valor nominal foi corroído pelo aumento da luz, gás, telefone (a tarifa maia cara do mundo), aumento da carga tributária,aumento do custo transporte.Vendeu-se mais,comprou-se mais.O ímpeto da sociedade de consumo foi um dos frutos maiores da revolução(the capitalistic way of life). É impossível se deter a evolução da sociedade.O Brasil melhorou?É claro. Em termos absolutos.Em relação a dez paises menos desenvolvidos que nós,retrocedemos 10 pontos ,atrás de Cuba,da Albânia ,do Panamá. Bela vitória do Governo Lula.Mais uma vitória como esta,como disse Pirro,nós estaremos definitivamente liquidados.
Vitória de Pirro! .

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

PARA O CONHECIMENTO DE VOCÊS

O Partido não ajuda candidato nenhum.O fundo partidário mal dá para manter a estrutura partidária.O dinheiro extra do Partido tem a mesma origem suspeita do gasto pelo candidato.Não posso negar que já recebi doações de empresário, mas jamais pedi. Eles me ofereceram, sem compromissos. Cada um deles uma vez só. Não houve contrapartida.Todas as minhas campanhas foram bancadas, na sua maior parte, por mim mesmo,o que me empobreceu muito.Costumo dizer, político que conserva o patrimônio é um abençoado.O que aumenta é corrupto. É claro que o político que explora a mais valia do trabalhador seu acumulo é contínuo. Há também homens tão humildes que com o salário de legislador melhora, um pouquinho, sua qualidade de vida.Posso dizer para vocês que um milhão de panfletos custou-me 4mil reais. Além disto, vou gastar mais uns 2 mil reais com correio.Tenho pouca chance de ser eleito, a não ser que o Ministro Lewandowski aceite a minha sugestão.Se não aceitar, eu sei que as possibilidades são mínimas.Com as restrições impostas,como alguém consegue gastar(declarado) 1 a 2 milhões de reais? Sensibilizando o eleitor de modo sutil, é óbvio. Vejam o ofício que mandei ao Presidente do TSE. O duro é saber que, se cada um de nós ganhasse um salário mínimo, venderia o voto, para impedir que a luz da sua casa seja cortada, para não se cortar a água da sua família, para colocar a conta da venda em dia. O homem é ele e suas circunstâncias, já advertira Ortega-Y-Gasset. Vejam a sugestão:


Exmo.sr. Presidente do Tribunal Superior Eleitoral
Exmo.sr. Ministro Ricardo Lewandowski




Pelo presente José Liberato Ferreira Caboclo, brasileiro, médico e professor universitário aposentado, Rg: 10 997 386-0, residente à Avenida Bady Bassit 4270, torre 2, ap, 91.15025-000, São José do Rio Preto, SP, vem à presença de V.Excia. sugerir medida simples, visando minimizar a corrupção eleitoral.Tal medida é facilmente exeqüível,ou seja:
Todos os votos, procedentes das diferentes sessões eleitorais de uma determinada comarca, antes de serem contados e divulgados, serão colocados dentro de um recipiente único (caixa de madeira) e misturados várias vezes, devendo as fitas serem colocadas na caixa aleatoriamente, incluindo todos os municípios da comarca.
Tal medida visa evitar que os candidatos controlem a origem dos seus votos nas diferentes sessões.
Na prática, nenhum candidato compra voto. O que ocorre é muito bem dissimulado. O intermediário chega para um eleitor e lhe pergunta - quantos votos são na sua família? De acordo com o número, o intermediário fixa um valor para o eleitor aliciado. Pede o número da sessão eleitoral de cada membro da família. O intermediário conclui-nós sabemos como é falso o eleitor, assim sendo, se os votos da sua família estiverem lá , nós entregaremos a segunda parte do valor estabelecido.O intermediário e o eleitor aliciado sabem que não se pode trabalhar no dia da eleição, mas, o faz de conta, dá um aspecto de seriedade.Afinal todo trabalho deve ser remunerado.Na zona rural, empregado não trai o patrão.Quem o faz fica mal visto e nunca mais consegue emprego.
Uma campanha massiva do TSE realçando a inviolabilidade do voto, graças à dispersão das fitas com os votos, desestimulará a compra sutil de votos.
Como é feito, atualmente, com a transmissão radiofônica das sessões apuradas, a contabilização facilita os intermediários. O ideal seria que um terço dos votos de uma comarca fossem para duas comarcas adjacentes e vice-versa.


Agradecendo a eventual atenção que possa ser dada à nossa sugestão. Coloco-me à disposição de V.Excia e registro sentimentos de admiração e respeito.





José Liberato Ferreira Caboclo

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

CONTRADIÇÃO

Pior que a discordância é o revanchismo. Após um embate entre pessoas civilizadas, não importa o resultado, vitoriosos e derrotados devem procurar o entendimento, para que haja tranqüilidade social e não se perca a parte boa do eventual derrotado. Os vitoriosos não podem, no entanto, esquecer aqueles arrastados para o infortúnio e até para a morte, por lutar ao nosso lado, tivéssemos ou não razão. Existe um compromisso ético afetivo com os torturados ou mortos, resultado de ações tomadas em conjunto, de modo acertado ou equivocado. A Rede Globo apoiou ostensivamente a ditadura e, silenciou ante todas as barbáries que se praticou.Tal apoio não foi apenas ideológico,posto que, a sua adesão lhe rendeu generosidades econômicas dos revolucionários e seus acólitos. Não vamos negar o valor cultural da Rede Globo, nem tampouco o seu valor,divulgando o Brasil e promovendo um entretenimento de nível muito razoável. Não vamos negar o valor da família Marinho, nem tampouco criar obstáculos à sua organização. Mas, alguém que pegou em armas e motivou tantos companheiros dizimados pela repressão, não pode se tornar amigo íntimo daqueles tão comprometidos, em um passado tão recente, com o arbítrio e a violência antidemocrática. Assim agindo perdem o respeito perante o outro e perante a si mesmo. O pior é quando esta aproximação lhe gera dividendos de poder e/ou de dinheiro. Uma tal conduta é a pior prostituição. Afinal o corpo não é nada comparada a consciência. Ao almoçar galhardamente com a Sra. Lili Marinho , a Sra. Dilma Roussef perdeu toda a dignidade que poderia lhe ser atribuída. A nossa Tatcher mais se assemelha a uma Mildred , da Servidão Humana, de um Maughan de Garanhuns. A estranheza seria a mesma se, ao final da segunda guerra, Ben Gurion fizesse uma visita à viúva do Goering . Ao contrário do que se diz em Psicanálise, o neurótico, ávido pelo poder , não vai de vitória em vitória até à derrota final . A Sra. Dilma Roussef já perdeu o que de mais precioso deve ter um ser humano ,a sua dignidade. A guerrilheira Viúva Porcina. A que foi, sem nunca ter sido.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

O QUE MILTON FRIEDMAN FEZ COM A MEDICINA

Isabel tinha dezoito anos, quando, acompanhada pela mãe, foi ao consultório do Dr Arantes, famoso médico da cidade. A sala de espera estava cheia. Depois de alguns minutos, a secretária anunciou – Sra. Matilde, pode entrar. Dona Matilde entrou junto com a filha no consultório do afamado médico. Sentaram-se. O Dr. Arantes cumprimentou rapidamente mãe e filha e tomando o pulso de Isabel, foi direto ao assunto - Teremos que fazer um eletrocardiograma imediatamente. Ante um esboço de reação de Dona Matilde, o Dr. Arantes foi categórico – imediatamente. E, rapidamente, preencheu uma guia de exame – eletrocardiograma de esforço. A secretária entrou no consultório com uma cadeira de rodas e, em poucos minutos, uma ambulância com UTI móvel conduzia Isabel e Dona Matilde à um Centro de Diagnóstico. Isabel foi submetida a um eletrocardiograma, enquanto caminhava numa esteira. O cardiologista, Dr. Bernardo foi categórico – direto para o cateterismo. Em poucos minutos, Isabel estava sendo submetida a um cateterismo cardíaco. A artéria na coxa foi puncionada e depois de algum tempo, o laudo tranqüilizou Dona Matilde. Não havia nenhuma lesão nas artérias do coração. No entanto, Isabel teria que ficar em observação. A impressão do Dr. Bernardo é que Isabel tivera um espasmo da artéria coronária direita. No dia seguinte, a temperatura de Isabel subiu. Febre de 39 graus. Não havia dúvida. Ocorreu uma complicação do cateterismo – endocardite bacteriana. A ponta do cateter levara um germe da pele para a corrente sanguínea. O pior, era um germe de alta virulência. Em outras palavras, Isabel contraíra uma infecção hospitalar. O quadro se agravou e Isabel foi para a UTI. No vigésimo dia de internação, a junta médica foi taxativa – só havia uma salvação para Isabel, trocar a válvula do coração. Respirando com um pulmão artificial, Isabel fez a troca da válvula, com grande sucesso. Recuperou-se totalmente. Ficou com uma baita cicatriz no meio do peito e terá que usar anticoagulante para ao resto da vida. A família mandou rezar uma missa de ação de graças. Foi uma milagre a cura de Isabel. Ninguém tinha dúvidas naquela família. No dia seguinte, Dona Matilde voltou ao consultório do Dr. Arantes para lhe levar um presente – uma garrafa de whisky , rótulo azul, dezoito anos. Aproveitou para marcar a cirurgia de uma unha encravada, motivo da consulta que faria com o doutor naquela fatídica tarde. Mas, o médico não teve tempo de falar com Dona Matilde. Isto se chama medicina moderna. O médico não fala com o paciente, não o examina, mas pede muitos exames. O paciente é um produto que, posto no balcão da economia de mercado, se tornará mais lucrativo, quanto maior for o valor agregado (eletro, cateterismo, respirador,cirurgia etc). Tudo por causa de uma unha encravada da mãe da paciente !

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O reconhecimento da FARME (FAMERP)

Era uma semana decisiva. Naquela semana o MEC viria fazer o reconhecimento da escola.Ela fora autorizada a funcionar graças a ajuda de um conselheiro do Conselho Federal de Educação.Apesar da boa vontade ,o seu nome não era muito comum -Epílogo de Campos.Na cerimônia de instalação da FARME,uma autoridade local,um tanto disléxica e bastante inculta errou a pronúncia do nome do Conselheiro para desespero do Dr Raul.Disse a preclara autoridade- Dr.É Pingo dos Campos . Ante a reprovação do Dr. Raul,,o orador consertou - Dr Epigolo dos Campos. Outra censura do Dr Raul e nova tentativa - Dr ELpinglo dos Santos. Aí o Dr Raul tomou a palavra e com a verve baiana não fez por menos- nada mais lógico que um Conselheiro da Educação seja o Epílogo dos textos mal escritos e mal falados. Hoje põe-se fim a bárbarie que ,até então, sobranceira , dominava este rincão, para que Esculápio ponha cobro a pior doença ,qual seja a ignorância verbal. Português,última flor do Lácio,inculta e bela.O Professor aplaudiu ,todos aplaudiram e a FARME foi reconhecida.

Dr Raul

Quem contar a história da FAMERP e não render homenagens ao Dr. Raul estará mentindo e cometendo uma grande injustiça. O Dr. Raul foi o primeiro diretor e,além de obter o reconhecimento da escola, ainda impôs à instituição uma pilastra moral que o tempo não apagou. Pode haver um deslize aqui e ali,fato comum entre os humanos.A vontade maior de proporcionar uma boa formação médica é a tônica dominante.Todos nós fomos iludidos pelos bons propósitos da revolução. Prometeram ao Dr. Raul se montar um grande hospital ,com material húngaro, recebido em troca de uma grande dívida de café. Foi um verdadeiro presente de grego ,e não de húngaro. Aparelhos obsoletos e totalmente defasados. O Dr. Raul foi uma figura decisiva para a viabilidade moral,principalmente por sua firmeza moral .Ele conseguiu aglutinar um grande número de médicos que foi extremamente importante nos primórdios da Escola. Tinha atitudes inusitadas. No primeiro vestibular,era grande a apreensão quanto aos comentário de possíveis favorecimentos.Cogitou-se guardar as provas em um banco(COMIND).O Dr. Raul não concordou- debaixo do meu colchão as provas estão mais seguras,não há lugar mais seguro e abençoado que a minha alcova.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Psicopata

A coisa mais atrasada do Brasil é o nosso código penal. Não se trata de questão opinativa. Na ciência não existe opinião.Todo o mundo civilizado já sabe que o psicopata não tem tratamento, nem recuperação. Psicopatia não é doença é defeito de caráter para o qual só existe três alternativas: lobotomia frontal, cadeira elétrica ou prisão perpétua. Sou visceralmente contra a pena de morte, face à falibilidade humana. A lobotomia frontal foi condenada pela comunidade médica por ferir princípio básico da medicina,curar e não provocar lesão.Assassino recorrente,estuprador recorrente,matar os próprios pais ou os próprios filhos é coisa de psicopata. Se estes indivíduos tivessem sentimento de culpa se suicidariam. A imprensa é de uma burrice monumental.Criticou a psicóloga cujo laudo dizia que o estuprador de Goiás não era portador de doença mental.E não é. É um psicopata. Prisão perpétua para ele.

O psicopata ávido por dinheiro,mas que não mata,confisque-se todo o seu dinheiro ou se reserve para pagar a sua prisão perpétua. Conceder licença de Natal para um psicopata é uma piada de mau gosto.Infelizmente ,entre os políticos está o maior número de psicopatas.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Caso Bruno

Só mesmo um tolo poderia acreditar que o goleiro Bruno cometeria tal
desatino, apenas para se livrar do pagamento de uma pensão ao seu filho
presumido. Penso que não foi esta causa,tanto é que a criança foi poupada.As ameaças
da moça assassinada eram, com toda a certeza , a bandalheira que envolve o futebol,como de resto,tudo neste triste país.O recuo da Sra. Presidente do
Flamengo foi sintomático.O advogado do goleiro , cuja característica não é
pautar-se pela ética, na certa ameaçou a presidente - recua na sua decisão, se não o Bruno vai botar a boca no mundo. E o que é que o Bruno sabe? Entre
tantas tramóias que giram em torno do futebol, ele pode ter sido instruído a
acertar determinados resultados, ter assinado recibos acima do valor recebido para lavar dinheiro, etc.etc. Nem mesmo o Zico, cuja conduta como jogador e cidadão é exemplar, não pode negar que tenha presenciado coisas vergonhosas. Refiro-me ao brasileirão de 1982, quando o Flamengo se sagrou campeão contra um Guarani debilitado por três inexplicáveis atuações desastrosas: a de Wendel, Jaime e Zezé Gomes. Eu estava no Maracanã, bem atrás do gol do Wendel. Percebi, claramente, que no chute do Peu, o Wendel teve a preocupação de com o joelho, devolver a bola para o atacante do Flamengo. Wendel foi vendido e nunca mais teve chance na Seleção Brasileira, ele que era o segundo goleiro. Zezé Gomes, igualmente, perdeu sua posição na seleção, e o Jaime foi "devolvido ao Flamengo".Talvez o Zico não soubesse de nada,mas foi estranho ele chutar do meio do campo e o Wendel aceitar. Ora o Zico não costumava chutar de longa distância .Todos ser lembram do episódio Ruy Rei no campeonato do Corinthians.Não se estranhe a licença da presidente do Flamengo e o recuo na rescisão do contrato.Pode haver dificuldades em solucionar o caso Bruno,mas as falcatruas do futebol estão bem claras.

terça-feira, 27 de julho de 2010

A Estadualização da FAMERP - - a pedidos - -

A Estadualização da FAMERP

Lamentavelmente a maioria do povo brasileiro, principalmente o seguimento que lê jornal, não tem nenhuma noção do que seja o processo eleitoral. Nas eleições proporcionais predomina a compra de voto. Ora, ninguém é tolo de explicitamente comprar voto. O que se faz é o seguinte - contratam-se muitas pessoas para trabalhar na eleição. Dependendo do número de votos na família, o intermediário paga o pseudo-trabalho. Quem compra sabe que é proibido trabalhar no dia da eleição. Quem é comprado, também. Junta-se o candidato a senador , governador , federal e estadual e aí o voto sai de 30 a 5o reais. O intermediário controla pelo número de votos na sessão eleitoral. A conversa é sempre a mesma .Está aqui o seu dinheiro para trabalhar no dia da eleição. E complementa-a gente sabe como o eleitor é falso, não faz mal. Nós só contamos com os votos da sua família. Ora num país, dito democrático, cuja constituição exclui 70% da população, ou seja a que ganha menos do salário mínimo constitucional (na pior das hipóteses 2mil reais) prevalece a democracia de mercado.Só mesmo o Lula acredita que a favela seja decorrente da falta de casa. A favela é falta de condições para fazer face ao custo cidadania (luz, água,gás, IPTU,sem falar em assistência médica , transporte e educação. Não se esqueça que no Brasil a escola elementar é em tempo parcial, com 3 a 4 meses de férias por ano, sem falar na greve do professorado. Isto posto, qualquer um pode entender como eu entrei “cassifado” para negociar com Fleury e Quércia. Eu tivera quase cinqüenta mil votos de opinião.Todos os políticos sabem quem financia quem. O primeiro turno da eleição para governador em 1990, terminara com uma vantagem de 12 pontos do Maluf sobre o Fleury. O noroeste paulista era uma região muito importante para o Fleury(Quércia).A colonização árabe é muito densa. Era preciso neutralizar Maluf. Daí a estadualização. Daí a importância da minha presença nos comícios. Eu tivera uma votação minha, sem caixa, sem máquina e sem partido. O PDT de Brizola nunca teve qualquer expressão em São Paulo. Por isso Fleury me usou e abusou.O encerramento da campanha, aqui em Rio Preto, na Bady Bassitt foi uma apoteose.Todos os alunos presentes. Eu discursei durante meia hora.Num só dia fiz comício junto com o Fleury em nove cidades(eu,Fleury e Aloísio íamos de helicóptero, o resto ia a pé). Terminada a eleição me jogou fora. Por causa de mim? Não! Quércia ,Covas,Maluf,o PT(não Lula) queriam era acabar comigo. Afinal eu era a única possibilidade de crescimento de Brizola em São Paulo. Fleury tinha,rapidamente, obrigação de tirar o meu mérito na sua eleição.E não faltaram oportunistas para se tornar o pai da criança. Com a assunção dos tucanos, a coisa piorou. Como a faculdade foi estadualizada pelo PMDB, os tucanos nunca se empenharam em regularizar a situação da FAMERP. A FAMERP vive ao arrepio da lei sob o olhar complacente do Ministério Público e do Tribunal de Contas. São 16 anos de não cumprimento dos dispositivos constitucionais. Professor universitário é função própria do Estado. A FUNFARME é uma fundação de fachada. È a fundação Viúva Porcina - a que foi sem nunca ter sido. A Constituição veda às prefeituras financiar o ensino superior.O que é lógico,só faltava o munícipe pagar a formação superior de habitantes de outras cidades.Noventa e cinco por cento dos alunos da FAMERP são de fora.Hoje a indefinição da FAMERP tranformou-se em desalento de professores e funcionários .A instituição tem as feições do clássico EASY RIDER-sem destino. Aprendi com Marx que são as necessidades materiais que plasmam a evolução da sociedade. Sofri um desgaste de toda uma vida para prestigiar o filho dos humildes, sem preterir o filho do médico, competente. Hoje vejo esta triste cena da falta de critérios, doença pertinaz do nosso país. O único consolo - eu fiz a minha parte!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Hospital Austa

Eu tentei trazer vários professores de todos os cantos do país. Ao conhecerem as condições da Fresa , todos foram embora. Só havia uma alternativa - formar um corpo docente com os próprios ex-alunos. Mas como fixar alguém com a perspectiva de uma estrutura corrupta? Um dia, no vestiário, quando eu desalentado, lamentava a saída do Pantoja, brilhante anestesista, o José Carlos Polachini ponderou - só há uma alternativa - fazer um hospital para a garotada, Peguei a sugestão com unhas e dentes. Imediatamente, sensibilizei o João Roberto Girardi - aluno do quinto ano. O Girardi era o protótipo do medico a se fixar em Rio Preto. Passamos anos reunir na varanda da casa do seu pai , o meu amigo Halim Girardi. Eu, Liberato Caboclo, Polachini, Aloísio Rossi e Girardi. Fiz a primeira reunião para captação de dinheiro no meu consultório (Rubião esquina com Voluntários). Sessenta e oito adesões, recolhidos pelo gerente do COMIND, Waldemar Bretan. O arquiteto Osório Mantovani estava chegando em Rio Preto eu o convidei para fazer o projeto. Fui claro - o projeto o mais barato e sem elevador. Disse - Mantovani, estude todas as suas verdades artísticas e faça prevalecer o custo. Contratei os advogados Ruben Silva e Airton Cardoso para fazer o estatuto. O importante eram três pontos: participação igualitária, nenhuma retirada de dividendos, proibida a sub-locação e venda progressiva de cotas conforme a expansão do hospital.Captado o capital, por uma questão de escrúpulo pessoal não quis dirigir a construção do hospital. Dentro do princípio - quem recebe não paga, quem paga não recebe. Propus uma eleição e , por méritos e experiência, o candidato natural era o Aloísio Rossi, que ,no entanto, foi preterido. Aloísio abandonou o projeto. Liberato,as gerações se protegem,não há lugar para nós,pressagiou o Aloísio Rossi.O tempo diria o quanto o Aloísio tinha razão.Hoje,aqueles que, nem fizeram parte da primeira leva, sequer se lembra quem foi o fundador do Austa. Jamais tive qualquer função remunerada no Austa. Olha que eu até precisei. Jamais fui, não apenas, convidado para qualquer função. Não fui, sequer cogitado. Diria que , na melhor das hipóteses, fui tolerado. No início prestei socorro a colegas em apuros. Eles cresceram, não precisaram mais de mim.Tenho certeza que o Austa não seria mais bonito ou mais potente se eu estivesse à frente do que é hoje. Mas não tenho dúvida que seria mais humano e os funcionários seriam melhor tratados, tal como foram na Faculdade e na Prefeitura. Eu tenho este péssimo hábito de valorizar o ser humano. Não posso negar o carinho que os meus alunos me dispensam quando fico enfermo. Como paciente, tudo bem,como dirigente,de modo algum.O pai sai daqui da sala, que a festa é nossa, você inibe a nossa gandaia.Você é careta, todo certinho. A gente quer é mais! A vida é assim, os homens repetem em sociedade, o seu comportamento dentro da família. Ingratos? Não, humanos. Demasiadamente humanos.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A verdadeira história do Hospital de Base

Se a história do Cristianismo tem mil e umas versões, além das cinco do Novo Testamento, seria difícil que a história de uma faculdade de medicina fosse contada de um só modo. Versões anteriores a esta têm o pecado de terem sido feitas por pessoas que não estiveram presentes nas fases mais importante da instituição.Por outro lado , falta aos contadores de última hora , uma visão política do cenário, posto que são pessoas tecnicamente excelentes, mas desprovidas de qualquer cultura humanística.A antiga FARME,hoje FAMERP nasceu no bojo da política neoliberal, propósito maior da revolução de 1964, e perpetuada nos governos SARNEY,COLLOR,FHC E LULA..A razão de tal persistência se deve a um único fato- os políticos estudam muito pouco e o voto , a qualquer custo, paira acima dos interesses do bem comum.Vivem tucanos e petistas se acusaram reciprocamente de serem neoliberais.Em termos de saúde, ambos são extremados neoliberais.
Após a segunda-guerra, o Partido Social Democrata Alemão considerou que o mercado era mais eficiente que o Estado em levar as necessidades básicas ao cidadão. Ao Estado ficariam reservadas a educação, saúde, justiça e segurança nacional e internacional. Em 1944, o brilhante economista Milton Friedman apresentou , em Harvard , uma tese de doutorado na qual dissertava como se colocar a assistência médica na Economia de Mercado. Milton Friedman era um apaixonado pelo Mercado. Segundo ele,o Mercado era mais democrático que o Estado. Milton carregava a mágoa de ter sido preterido no concurso para Professor da Universidade de Wisconsin, conseqüência do anti-semitismo do Estado Americano. A primeira medida a ser tomada , segundo Milton. ,era formar um grande número de médicos(lei da oferta e da procura). A Associação Médica Americana com o seu poderio não deixou a tese , sequer, ser defendida.Enquanto isto, preparou o seu contra ataque à medicina de convênio, como hoje grassa no Brasil .Criaram o ECFMG,Educacional Counsil for foreign medical graduates,um programa visando levar para os States, o que havia de melhor no exterior.A seleção era extremamente rigorosa.Nos States,um longo programa de residência médica aproveitava a mão de obra barata para os convênios, ao mesmo tempo que adestrava o estrangeiro ao modo capitalista de se fazer medicina - pouco comprometimento com o paciente e muitos exames para prestigiar a indústria . Jarbas Passarinho,um dos arautos da revolução, talvez até nem mesmo sabendo, já que a doutrina vinha de fora, fez explodir o número de escolas de medicina., deste modo, acertava dois coelhos - dava a devida satisfação ao capital internacional e satisfazia o sonho da burguesia de ter um filho doutor.Que o número de médicos era muito pequeno no Brasil,não há a menor dúvida,Mas não se pode negar que as faculdades foram criadas com uma total irresponsabilidade, característica do regime autoritário.Eu não gosto de falar em regime militar..
Todos sabem que a manutenção de uma Escola de Medicina é extremamente onerosa. Era necessário uma Fundação que pudesse prover os recursos necessários. Em Rio Preto criou-se a FRESA, Fundação de Ensino Superior da Araraquarense.FRESA tinha como curadores:a Prefeitura de Rio Preto que nunca colocou no orçamento qualquer verba para a faculdade,Prefeituras regionais que não podem aplicar dinheiro fora do município,Associações de classes,cujos estatutos vedam a aplicação de dinheiro dos associados fora da categoria,instituições sem fins lucrativos ,que, por motivos da sua própria definição, não têm reservas decorrente de lucro.Além de não aportar qualquer recurso à Faculdade,a tal FRESA era a guardiã das escolas privadas,para evitar a fundação de faculdades congêneres;direito,filosofia,engenharia,etc.As associações de classe evitariam a escola de farmácia, de odontologia.Tão importante foi o papel da FRESA neste sentido que cidades minúsculas tiveram certas faculdades antes de Rio Preto.Em 1972,todo a Clínica Médica, saturada da corrupção da FRESA, se demitiu.Foi o caos.Nenhum médico rio-pretense quis pegar o abacaxi.Por um lado a especialidade já predominava na cidade.Por outro lado,.havia menos de 80 médicos em Rio Preto,.o que significava um medicina privada extremamente rentável.Ficar o dia todo na Faculdade, formando competidores futuros?Coisa para idiota. Durante oito meses ,eu Liberato Caboclo chefiei os Departamentos de Cirurgia e Clínica Médica, até a chegada do novo professor de Clínica.È bom que se diga que o Hospital de Base se resumia a um bloco de ambulatórios.Não havia Centro Cirúrgico.Durante 4 anos,eu treinei os alunos na Cirurgia Experimental.Às 5horas da tarde eu operava os pacientes cirúrgicos do Hospital de Base, nas casa de saúde privadas, depois do expediente normal.Durante seis anos
s minha vida foi essa: dar todas as aulas teóricas, fazer todas as visitas, fazer todas as sessões clínicas, fazer as provas e ficar de plantão todos os dias e todas as horas. Quando viajava (visitar meus pais) o Gilbertinho me cobria graciosamente. Formada a primeira turma,o MEC exigiu para que a escola fosse reconhecida que se elegesse um diretor com titulação acadêmica, livre-docente.Só havia três professores que preenchiam tal requisito:Eu, Liberato Caboclo,Werneck e Rubens Vieira.Werneck e Rubens declinaram em meu favor;EU fui eleito.Em pouco tempo descobri a farsa -a Faculdade era totalmente inviável,além do mais usava-se recursos humanos da faculdade em outras instituições privadas. As condições de ensino se deterioravam,o hospital era precário,os salários ,além de medíocres,eram pagos com atraso.Uma vergonha.Os alunos da segunda turma ,na colação de grau fizeram um discurso criticando a FRESA .Fui obrigado a enquadrar os alunos no 477.È claro que não me prestaria a este papel.Telefonei para o Reitor da UFSCAR e lhe pedi para manter a secretaria aberta(era um sábado).O Secretario Ernesto Vieira fez o registro.Os formandos não eram mais alunos.Ficaram uma “arara”.Pediram para o Dr.Ivan Rollemberg me dar uma ultima chance-pedir demissão para não ser enquadrado no 428.Contratei o advogado Aristides Lopes.Ele me sugeriu-vamos ganhar tempo,os salários estão atrasados,vc denuncia o contrato.Sob a proteção das leis trabalhistas,vc não pode ser demitido.Procurei o advogado Heleno Fragoso no Rio..A audiência trabalhista foi marcada em tempo recorde e eu fui expulso.E os meus colegas que haviam votado no Conselho Departamental pela denúncia ao MEC?.Puseram o rabo entre as pernas e continuaram submissos a FRESA e aos seus títeres. O único apoio que tive foi do presidente do Diretório Antônio .Maurício Goulart. “Euclidodacunhamente “falando, os professore são antes de tudo uns fracos!Consegui uma posição na Universidade da Flórida em Gainesville e para lá fui. A comunidade rio-pretense se movimentou e seis meses depois fui reintegrado,.como professor ,e,não ,como diretor.A derrocada da faculdade continuava.Numa estratégia bem sucedida conseguíramos fazer o Dr.Custódio Correia diretor da Fresa ,Traçamos um plano para dividir a oposição à faculdade.Os alunos queriam livre acesso ao Pronto Socorro.Havia resistência de alguns grupos privados,mas não dos donos dos laboratórios.Transformamos estes donos em paladinos da causa dos alunos.Exageramos a grandiosidade do feito Transformamo-nos em heróis.Na câmara foi uma apoteose .A consagração da nova liderança.Caíram com uns patinhos.Veio a reação.Na nova eleição da FRESA os representantes dos grupos privados foram reconduzidos à Presidência.Estava na hora da grande jogada.Fui para o Jornal e dei uma entrevista bombástica denunciando os interesses espúrios da FRESA.Fui sumariamente demitido .Logo a seguir o Diretor Dioclécio Campos Junior.Conforme combinado com os alunos, estes entraram em greve. Foi o caos .Sem mensalidades e sem movimento cirúrgico e pediátrico já que tivemos o apoio de todos os colegas do departamento de cirurgia e pediatria,a FRESA fez água..Depois de 4 meses houve a intervenção do MEC.O interventor teve pouco trabalho.Um promotor fizera um relatório pormenorizado da corrupção da FRESA,que foi extinta.Dois professores foram expulsos pelo interventor por ofensas pessoais.O Interventor designou o Advogado Faiçal Calil para,baseado na representação do promotor excluir os professores que prejudicavam a faculdade.O Dr.Faiçal usou o seguinte critério - quantos profissionais vc formou na sua área?nenhum -rua!.Quantos residentes vc têm atualmente?nenhum-rua!.Eu, Liberato Caboclo, já estava de malas prontas. Ficara seis meses sem poder trabalhar, com guarda no hospital, impedido a minha entrada. Conseguira um emprego em Minesotta. onde passei 2 anos. Este negócio de uns medíocres dizerem que eu os expulsei é um disfarce para quem fica com vergonha (se é que tem), de comer no meu prato.. Derrotados,eternamente perdedores,defensores intransigentes da corrupção da FRESA.Ao chegar dos States para comemorar o aniversário da minha filha, fui preso ,já que fora condenado a 2anos de prisão,à revelia.
A Sociedade de Medicina e Cirurgia,através do seu presidente,dono do laboratório que mais perdeu com a expansão do Hospital de Base, pediu a cassação do meu diploma ao CREMESP.Fui absolvido e louvado em prosa e verso.A extinção da FRESA só foi possível porque eu, eu Liberato Caboclo fizera o Hospital Austa.O mal do marxista brasileiro é ser muito idealista. .Os colegas do Departamento de Cirurgia foram os meus grandes aliados na derrubada da Fresa por tudo que eu havia feito por eles.Muito jovens já estavam maduros como cirurgiões e puderam tocar o Austa com rara proficiência. Eu formara uma plêiade de excelentes cirurgiões para o Hospital de Base e para o Austa.A extinção da Fresa resolvera o problema moral,mas não o estrutural.Dioclécio não viu perspectivas e deixou a faculdade indo para Brasília.A faculdade ia , de mal a pior.Em 1984, eu fui eleito diretor ,mas anularam (estavam pagando favor nepótico).Bem, a escola foi á falência e aí “quem anulou” foi me pedir para assumir a instituição.Na realidade os colegas que haviam assumido não tinham experiência com o jogo democrático e, apesar da honestidade canina e dedicação sacerdotal tentaram o impossível - administrar uma faculdade inviável. Dioclécio com toda a sua habilidade desistira .Mas agora o jogo político estava aberto.Na corrida para prefeito, o candidato do PMDB tinha apenas 18% e o candidato do PDS 56%.Na presença de Roberto Freire ,Vasconcelos e Manoel Antunes eu,Liberato Caboclo sairia candidato a prefeito pelo PCB para minar o Adail Vetorazzo. Foi o que fiz com a criatividade do China (Paulo Nakaoski). Foi um sucesso e uma novidade,já que,pela primeira vez, havia campanha na TV. O PMDB cumpriu o acordo e eu melhorei substancialmente a instituição.De 5 mil passamos para 50 mil consultas mensais.Criamos os serviços de psicologia, assistência social, fisioterapia,fonoaudiologia, terapia ocupacional,homeopatia,acupuntura ,fitoterapia. Instalei o CRAMI e a Faculdade de Enfermagem, autorizada na gestão Márcio Fioroni. Mais uma vez a faculdade se tornara inviável.A Constituição de 1988 proibira o município de manter ensino superior.Em outras palavras ,a faculdade não existia legalmente, já que fora instituída pela prefeitura de Rio Preto.Candidatei-me a deputado federal.Fui eleito com quase 50 mil votos gastando 20 mil reais meus e toda a energia do José Maria Godoy.Na campanha do segundo turno,.Maluf e Fleury prometeram estadualisar a escola.A assembléia acadêmica optou por Fleury,desde que Quércia se comprometesse a enviar o projeto ainda no seu mandato .se o Fleury não fosse eleito Num sábado ,na presença de Ulisses Guimarães.Jorge Fares ,Prof.,Walfrido Fogaça e de Liberato Caboclo.já eleito deputado federal,Quércia assinou o compromisso.Fiz mais de vinte comícios para o Fleury com os meus recursos.A partir daí,de ter feito uma faculdade de medicina ,de direito e de fato .eu fui alijado. Quanto a mim,estou muito bem. Continuo trabalhando com pesquisas, fiz a maior contribuição à fisiologia gástrica já realizada no Brasil - a secreção gástrica interprandial depende de mecanismos corticais, relacionados à memória. Sou editor de duas das maiores revistas de gastroenterologia do mundo. Sou professor emérito.já formei mais de 200 cirurgiões.
Agora, não se esqueçam
>quem fez a FAMERP e o AUSTA fui eu, Liberato Caboclo, contra tudo e contra todos.
Quem fez o decreto de estadualização foi Orestes Quercia.
O resto é.como disse Goethe- a inveja é a sombra do mérito!Desafio alguém contestar um só ponto do que aqui foi dito

sábado, 17 de julho de 2010

A minha luta contra a corrupção na Prefeitura de Rio Preto

È praxe nas prefeituras de São Paulo, os prefeitos se cercarem de ex-juizes e ex-promotores, que lhe facilitem o trânsito pela promotoria , pelos tribunais e pelo Tribunal de Contas. Haja vista que oito promotores civis de Rio Preto, por escrito declararam que não fiscalizariam o Sr, Manoel Antunes, em virtude do seu ex-secretário de Negócios Júridicos ter saído um promotor. Troque-se general por juiz e coronel por promotor, a revolução continua.Como disse Lampeduzza - é preciso que se mude muita coisa, para que tudo permaneça como está. È igualmente frequente que o novo prefeito nomeie o redator do Diabo, para secretário de comunicação.Os pisos salariais são crescentes e , depois de algum tempo, pesam nas finanças do Diabo. Surge, então, a chamada "queda para o alto". Um secretário hábil é muito útil , pois estimula as empresas a divulgarem suas obras através do Diabo. Não nomeei promotor, juiz ou jornalista engajado com o Diabo. Assim que assumi a prefeitura,Rio Preto foi assolada por uma tempestade violenta. O Prefeito anterior havia me deixado 16 favelas, duas das quais,e deixou do seus moradores à morte no meio das enxurradas:a da represa e a do Piedadinho (Don Lafayette).O ilustre antecessor, achara mais prioritário construir o Bispão, cujo custo daria para acabar com as favelas. Pois bem,com um mes de governo .eu já havia salvo mais de 200 pessoas, entre crianças e idosos, de morrerem afogados nas enxurradas da irresponsabilidade do governo anterior, acobertada por muitos.O Diabo começou a me atacar , a me difamar com uma ferocidade jamais vista. Peguei o telefone e disse alto e bom som - NÃO tenho medo de você. Em juizo, dez anos depois ,diria,ao Diabo pode escolher entre ser covarde ou corrupto.Engoliu em seco.

Porque sou candidato

Sou candidato a deputado federal em São Paulo (PMN 3332). Peço o seu voto, desde que você aceite este desafio: quero que me mostre um prefeito que, numa cidade de 400 mil habitantes, tenha feito o seguinte:

-1)Reduzido a mortalidade infantil de 22/mil para 11,47/mil(Prêmio Unicef)

2)Acabado com 16 favelas(Rio Preto é a única cidade no Brasil com mais de 400 mil habitantes sem uma favela)

3).Construiu em 4anos : 17 creches, contra as 15 creches que havia no município.

4)Reduziu a evasão escolar de 8,5 % para 0,83%

5)Elevou o piso salarial da prefeitura de 110 reais para 450 reais, quando o salário mínimo era de 270 reais

6)Contruiu e pôs em funcionamento 10 restaurantes populares a custo zero nas comunidades carentes.

7)Distribuiu gratuitamente 12 a 15 mil litros de leite para crianças e idosos

8)contruiu mais de dez mil casas populares,

9)Valorizou o professorado, aumentando o salário acima do valor pago em instituições privadas.

10)Arborizamos a cidade , evitando o assoreamento dos mananciais.

11)Acabou com a corrupção na prefeitura, negligenciada historicamente.

12)Saiu da prefeitura com seu patrimônio dilapidado porque enfrentou a corrupção sistêmica do Estado Brasileiro.

13)Reassumiu sua função no Hospital de Base. Obviamente não foi convidado para nenhum cargo público.

No país do futebol, quem não entra no racha não joga nem de gandula, para apanhar as bolas.

Se você conhecer outro no país que tenha feito melhor , eu desisto da minha candidatura

sexta-feira, 16 de julho de 2010

O Festival Paulo Moura – atendendo a pedidos -

Infelizmente, no nosso país, a educação e a cultura são analisadas na praxe capitalista do lucro imediato. A profissionalização é objetivo único do conhecimento. Marcuse se antecipou a esta praga,quando, no século passado, nos alertou que o capitalismo fundiria o ideal do prazer do conhecimento, com a recompensa material do mesmo, ou seja, a evolução Hegel-Marx se tornaria anacrônica. O sincronismo era o caminho natural. Um homem sem prazer cognitivo tem ótima vida curta e evolui para a obesidade, para o consumo sensorial ou para a dependência química. Nem se deve falar em consumo sexual, já que o contacto físico é uma fonte muito pequena de prazer, sendo,antes de tudo, uma tentativa vã de preencher um permanente vazio. Apesar de todas as imperfeições humanas , tenho uma vida pública sem maiores máculas.Apesar de ter exercido dois mandatos públicos(deputado e prefeito)torrei o meu patrimônio pessoal e me mantive acima de doadores de campanha e empreiteiras.Por trilhar o bom caminho, sob a proteção divina, o mal me persegue. O mal existe. Se Deus é inteligente , Ele deve estar perto de nós.O diabo nos persegue , a cada momento. Existe um Diabo, nos punindo por não fazer o seu jogo sujo .Disse alto e bom som para o Diabo - você não vai descarregar funcionários na Prefeitura. Eu não sou qualquer Zé Mané. Aliás já falei isto em juízo, na frente do capeta.O Diabo me odeia.Eu o desprezo, nas raras vezes que dele me lembro.O Diabo ão foi um adversário cruel do festival. Os mentecaptos jamais poderiam imaginar que o maior financiador do festival fosse o próprio Paulo Moura. Nenhum convidado cobrou um só tostão como pleito de respeito e tributo ao grande Paulo Moura. Ora nós trouxemos, além do Paulo, a Orquestra Sinfônica Brasileira, a Orquestra de Genéve,Pablo Ziegler, Kliff Kolman,Baden Powell,Oscar Castro Neves,Leila Pinheiro,Leni Andrade,Luis Melodia,Djavan,Oswaldinho do Acordeon,Zizi Possi,Wagner Tiso e vários outros.Trouxemos também a Fanfarra de Pereira Barreto, campeã do concurso estadual. Foram cinco momentos apoteóticos:o desafio entre Castro Neves e Zizi Possi(a Zizi mostrou o seu recurso vocal ,apesar do Oscar ter feito de tudo para pega-la em todos os tons e todos os ritmos), o segundo foi a determinação do Baden Powell que tocou tres horas a fio, depois o nosso coral com a orquestra de Genéve, sob a batuta do Paulo Buchala,fez o Wagner Tiso me ponderar-eu estou como mais um expectador, este menino(o Paulo Buchala)é um craque.O Grand Finale foi o Paulo Moura regendo a fanfarra, como o menino riopretense, que nunca deixou de ser.Gastei 400mil com passagens e hotelaria. Uma empresária ofereceu as passagens, sem lucro, além de bancar as recepções em sua casa.Seria difamada pelo Diabo .A outra grande ajuda foi do Laboratório Roche,da Suiça, pela admiração de que o Paulo Moura era merecedor em todo o mundo.Fiz um segundo festival em 1999, ajudado pelas Lojas Americanas.Em 2000, a lei de responsabilidade fiscal me impediu .Aí veio o novo prefeito e.......Foi assim , a lâmpada apagou., Rio Preto escureceu...E, no entanto é preciso cantar,mais que nunca é preciso cantar,pra alegrar a cidade.Adeus Paulo Moura, a sua benção pela alegria de ter tido você entre nós.
Deste modo, espero ter atendido a tantos questionamentos do tipo “ porque não houve mais Festival Paulo Moura”. Faltou apoio de certos segmentos de nossa sociedade.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

O Festival Paulo Moura.


Uma amiga descobriu uma fotografia minha com o Paulo, por ocasião do Festival em 1998. O Festival teve três objetivos: reverenciar o filho ilustre da cidade , resgatar a dívida com a comunidade negra, já que o pai de Paulo Moura, por ser negro, tinha que entrar pela porta dos fundos do clube da"elite" e, finalmente, trazer a boa música para Rio Preto.Eu tinha noção da minha responsabilidade. Na época, o Paulo acabara de ser consagrado como o maior clarinetista do mundo e estava entre os cinco maiores saxes. A clarineta é o instrumento de sopro mais difícil de se alcançar uma expertise e o Paulo o fizera muito jovem, tanto é que aos 21 anos era músico da Orquestra do Teatro Municipal do Rio,então Capital Federal.Eu conheci o Paulo Moura na Rua Vilela Tavares, Boca do Mato, Rio, aos 15 anos, na casa do grande flautista Antonio de Sousa. Eu preparava com aulas particulares os filhos da Dona Ledinha, o Reinaldo e a Neide, para o exame de admissão ao Pedro ll .Eu passara para o científico e juntava os trocados para o novo uniforme.Dona Ledinha fora nossa vizinha na Vila Militar. Viúva, casara-se em segundas núpcias com o Antonio de Sousa.A casa de vila era simples,mas acolhedora.Simples também era o Antonio.Um reliquia de poliomielite tornara o seus pés tortos o que o obrigava a andar descalço em casa. Para mim era estranho um homem tão célebre e tão despojado. Paulo Moura ,volta e meia,ensaiava com o Antonio, horas a fio. Fomos apresentados.Um dia o Paulo me perguntou da minha preferência pelas cantoras e, ficou surpreso,quando lhe disse do meu fascínio pela Neusa Maria.Ela era uma cantora notável,mas sem apelo popular,pois não fazia concessões de repertório e nem era divulgada pela mídia.Paulo era também admirador incondicional da Neusa Maria.Os ídolos aproximam os homens.No último jantar que tive com o Paulo, no restaurante do Automóvel Clube,junto com o Sérgio Parada,o Paulo voltaria a me lembrar - que sorte tivemos de ouvir a Neusa Maria.E,com um meio sorriso-e quem era o melhor afoxé?João da Baiana é claro. O festival Paulo Moura teria que ser uma coisa grandiosa,à altura do Paulo. Principalmente, porque a comunidade musical brasileira e internacional se faria presente e,pior que não enaltecer o filho ilustre é não recebê-lo com a pompa que a sua importância o tornou merecedor.Como minha mãe me ensinou - quem convida dá banquete! Banquete não foi dado. Paulo merecia muito mais. Mas lhe oferecemos uma festa com os seus melhores amigos que partiram com a certeza do orgulho que a cidade tem por ter tido um filho tão notável.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Paulo Moura - Rio Preto morreu um pouco

Conheci Paulo Moura na lendária Boca do Mato, bairro eternizado pela Tia Zulmira, personagem do inesquecível Sérgio Porto, o Stanislaw Ponte Preta.
No século passado, o Rio de Janeiro compreendia também os subúrbios. O Engenho Novo, de Machado, o Vaz Lobo de Nelson Rodrigues, o São Cristóvão de Lima Barreto. A Bossa Nova restringiu o Rio a Ipanema, onde nasceu a maioria dos cariocas, exceto eu e a Úrsula Vieira, que nos orgulhamos de termos vivido no Jacarezinho. Paulo Moura ensaiava horas a fio com o flautista Antonio de Sousa, e eu, nos meus 15 anos, me deliciava com os acordes e as harmonias criativas dos dois monstros sagrados.
Voltaria a ter contacto com Paulo Moura nos anos 60, no Teatro Opinião. Ali, às segundas-feiras, músicos e cantores se reuniam para levar a boa música popular, as escondidas da censura.
Eu não poderia imaginar que, um dia, viria morar em Rio Preto e que o Paulo Moura fosse rio-pretense.
Entre tudo de ruim que a malsinada revolução me proporcionou, me deu um bem muito maior, que foi me reencontrar com o meu ídolo Paulo Moura. Ídolo desde os meus anos verdes, Paulo Moura, na comunidade mundial das artes, era o rio-pretense mais ilustre.
Mestre do clarinete e do saxofone. Muito jovem atingiu os limites do instrumento e passou a se dedicar a arranjos e adaptações de obras feitas originalmente para cordas.
O Festival Paulo Moura reuniu em Rio Preto o que há de melhor na música brasileira, de Perez a Paulo Moura, de Rastelli a Pablo Ziegler, do nosso coral à orquestra de Genéve, de Wagner Tiso a Paulo Buchala, de Fernando Marques a Luís Melodia.
Paulo Moura superara a mágoa de seu pai, um belo band leader, ter sido obrigado a entrar pela porta dos fundos do clube nos anos 40. O grande Joe Louis foi barrado no Copacabana Palace, em plena capital federal. Viver é ser notado.
A morte não é um momento. É um processo. Nesta quarta-feira Rio Preto morreu um pouco, ante os olhos da comunidade internacional. Repetindo Cazuza, meus heróis e meus ídolos estão morrendo todos. Se pobre é o país que precisa de heróis, mais pobre é o homem que não tem seus ídolos. Mais triste que não reconhecermos as nossas imperfeições e pecados é não idolatrar a divina perfeição do outro. Paulo Moura, a despeito de humano, foi um músico perfeito. Que descanse ao lado do seu criador Orfeu, Allah ou Jeovah!
Liberato Caboclo, médico e ex-prefeito de Rio Preto.

(Publicado no Jornal Bom Dia - 14/07/10)

Finalidade

Neste blog farei comentários sobre os acontecimentos diários e assuntos pertinentes às minhas atividades profissionais e políticas.